domingo, 26 de maio de 2013

Destino




O destino sempre me fez pouco, me traiu,
Deixou-me a meio caminho de tudo sempre
E vida passou rápida como o vento
Supliquei para esperar, em vão, não me ouviu.


Hoje vejo teus olhos, como sirius ou leão,
Tão distantes e enganosamente pertos
Atraem-me com seu brilho intenso
Falam de amor, acenam da imensidão.


Teus lábios murmuram docemente,
Coisas que assim sempre sonhei ouvir
Mas me recuso ternamente, me oponho,


Acreditar nesse sonho, lindo sonho
Que sufoca me maltrata até sucumbir
Mas que me deixa, por demais contente.

Urano Leite de Sousa

O rádio em minha vida e na vida dos brasileiros



Conforme estudos divulgados no site de Fernando Rebouças, existem registros que comprovam que a primeira emissora de rádio brasileira surgiu com a fundação da Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, no dia 6 de abril de 1919.

Em 1922 aconteceu à primeira irradiação oficial com a transmissão feita a partir do alto do corcovado, no Rio de Janeiro, nas comemorações do centenário da Independência do Brasil. Edgard Roquete Pinto, antropólogo, um dos grandes incentivadores do rádio no Brasil, nessa primeira transmissão, usando da palavra, disse: ”O rádio é o divertimento do pobre (…), e a informação dos que não sabem ler”. Roquete Pinto enxergou no rádio um veículo que pudesse difundir a cultura e história brasileira.

Em 1923, são instalados aparelhos receptores na cidade do Rio de Janeiro, idealizada por roquete Pinto. Outras emissoras começaram a surgir não somente com uma programação informativa, mas planejada em primeiros passos para transmitir a nossa música e arte.

Com a evolução tecnológica, nos anos 30, as rádios criaram programas de auditório, o que fez do rádio um veículo popular. Em 1934, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi transformada em Rádio Municipal do Rio de Janeiro, popularmente conhecida como rádio Roquete Pinto. As rádios nesta fase se fortaleceram como lançadoras de grandes talentos musicais como Francisco Alves, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, entre outros.

Um exemplo de sucesso do rádio foi Silvio Santos, aos catorze anos já era camelô, trabalhando no centro do Rio de Janeiro. Nessa época, um fiscal de posturas da prefeitura carioca, percebendo o potencial de voz de Silvio, o convidou a fazer um teste na Rádio Guanabara (atual Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro). Silvio conquistou o primeiro lugar no teste da rádio, ganhando de nomes como Chico Anysio e José Vasconcelos.

Daí seguiu uma carreira de sucesso, sendo hoje um dos maiores empresários do meio de comunicação e o maior apresentador de TV de todos os tempos.

Na década de 50, o rádio difundiu as transmissões esportivas, como a Copa de 58, todos torceram pelo Brasil através do rádio. Em 1953, haviam números que identificaram a existência de cerca de 500 emissoras de rádio no país e quase meio milhão de aparelhos receptores.

O rádio em minha vida

Em Capão Bonito, nos anos de 1969 a 1970, quando estudei no então Grupo Escolar “Jacyra Landim Stori”, nas 3ª e 4ª séries, tive o prazer de conhecer Dona Dulce (Professora Dulce Sícari Martins), uma professora dinâmica e moderna, que dava liberdade e apresentava projetos avançados. Incentivava a apresentação de peças de teatro e eventos culturais dentro da sala de aula. Foi nessa época que comecei a interessar-me pela comunicação. Recordo-me que cheguei a fabricar uma imitação de um pedestal com microfone. Nessa época comecei a desempenhar a função de locutor, que seria minha profissão no futuro. Com 10 anos de idade, era sempre o apresentador dos eventos na sala de aula. Dona Dulce foi a que fez conhecer e despertar para a mágica que é o mundo da comunicação.

Mais tarde o despertar para o mundo do rádio profissional nasceu de um convite recebido, do radialista e gerente da Rádio Cacique AM, no ano de 1978, Maurício Netto. Foi uma grata surpresa, ele me procurou e apresentou a proposta para criarmos um programa semanal, aos sábados, em formato de revista, com 30 minutos de duração. O enfoque principal seria os acontecimentos sociais. Tudo era novidade, eu tinha 18 anos de idade, nunca tinha trabalhado nessa área de comunicação.

Nessa época escrevia uma coluna no jornal “A Tribuna Sudoeste”, que se chamava “A Moita”, que trazia comentários e informações sobre os eventos culturais e sociais da cidade. Na rádio ela passou a se chamar “A Moita no Ar”. Foi um enorme sucesso. Os 30 minutos semanais, passaram a ser diários, depois uma hora, duas horas, quatro horas; todos os dias. Mudamos e ampliamos o formato, criamos “O Clube da Amizade”.

Era um programa essencialmente popular com distribuição de brindes, participação direta do ouvinte, utilidade pública. A partir daí não parei mais. Adotei o radialismo como profissão, mas passei a vê-lo também como uma missão. Participava de tudo, fazia jornalismo, transmitia futebol, era uma equipe memorável. Junto com a rádio promovíamos festivais, programas de calouro, gincanas, torneios esportivos, era uma verdadeira festa. As entidades e líderes rurais nos procuravam para anunciar as festas e campanhas beneficentes.

Os colegas radialistas eram: Mauricio Neto, João Carlos (JC), Roberto (Chapéu de Palha), Buck Sarampo, Dorivino Paiva, Adão Ferraz, Odair Andrade, Batista de Queiroz, Anísio Januário, Valdir Isaias e mais tarde, Duda Campos, Jurandir Leandro, Índio Velho e tantos outros.

Uma história de muito sucesso

Sempre fui muito feliz dentro do mundo do rádio. Esse meio de comunicação, que nunca perdeu a sua força.

Termino aqui trazendo as palavras do professor Fernando Morgado da ESPM-Rio, pesquisador e escritor:

“Sendo a única mídia que ainda supera a audiência da televisão em algum momento do dia – no caso, pela manhã – e estando presente em 87,9% dos domicílios brasileiros (PNAD 2009), é indiscutível que o rádio mantém-se relevante enquanto atrator de público e gerador de negócios. Mais do que isso: é uma das únicas mídias a tratar a prestação de serviço público como um diferencial competitivo, e não como um estorvo. Tudo isso fica ainda mais evidente durante os momentos críticos vividos por uma sociedade – quando uma informação pode, literalmente, salvar milhares de vidas.

Interatividade, agilidade e mobilidade: as palavras de ordem da era digital, e que estão presentes desde o rádio de Galena, fazem a diferença nas horas em que a informação é mais necessária. Muito além das questões tecnológicas, a força do rádio nasce justamente dos diferenciais intrínsecos à sua linguagem e que fazem dela uma mídia ainda indispensável e insubstituível”.



Informações profissionais:

José Carlos Tallarico Júnior

Nascido em Capão Bonito/SP, em 01 de outubro de 1960, filho de José Carlos Tallarico e Martha Franci Tallarico.

Casado com Márcia Cristina, pai de dois filhos, Neto (22 anos) e João Vitor (18).

Tem residência à Rua 13 de Maio, 580, em Capão Bonito/SP.

Formação:

Tem curso superior completo, formado em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas.

Radialista, desde 1978, quando dirigiu e apresentou programas radiofônicos na Rádio Cacique de Capão Bonito e Super FM, também na mesma cidade.

Escreve e dirige jornais nas cidades de Capão Bonito e Itapevi.

Participa da Agência de Publicidade, ‘Ponto D’, no Jardim Simus, em Sorocaba. Trabalha com projetos e assessoramento na área do poder público.

Atuação política:

Começou sua vida política em Capão Bonito, se elegendo vereador, na legislatura 1983/1988. Foi prefeito por duas vezes, 1989/1992 e 2005/2008.

Disputou também por duas vezes a candidatura a deputado estadual. Nas eleições de 1998, pelo PSL, obteve 15 mil votos e nas eleições de 2002, pelo PPB, conquistou 19.903 votos, ficando com a 14ª posição no partido.

Fez parte da diretoria da APM – Associação Paulista dos Municípios.

Trabalhou como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Email: jr.tallarico@hotmail.com